segunda-feira, 24 de junho de 2013


2° ANO Cap. X “Os trabalhadores vão à Luta” (p.184-p.198)

1.      O trabalho na Inglaterra (p.185-p.186)

·         Ao final das guerras napoleônicas, a burguesia inglesa estava bastante otimista. Acreditava que o fim do conflito traria a abertura de vários mercados. Mas, ao contrário, ocorreu uma queda brusca na procura por manufaturados, sobretudo porque o conflito provocou o empobrecimento das populações de muitos países.

·         O desempregado era agravado pela entrada de 300 mil ex-soldados no mercado de trabalho, desmobilizados com o fim da guerra.

 

2.      Ser operário (p.186-p.187)

·         A industrialização da Inglaterra trouxe, ao longo do tempo, benefícios para toda a sociedade. Mas também  acabou gerando sofrimento para os trabalhadores, até mesmo pelas leis que colocassem limite à cobiça dos patrões.

·         Milhões de trabalhadores foram afetados pelos cercamentos, pelos baixos salários na indústria, pela utilização indiscriminada das mulheres e crianças no serviço fabril.

·         Os baixos salários, umidade ou frio excessivo, jornadas de até 16 horas diárias, ar poluído, sujeira, humilhações sofridas pelos trabalhadores, acidentes com máquinas que provocavam mutilações e até a morte. Os operários eram constantemente vigiados e obedeciam a horários rigorosos, numa verdadeira disciplina que não excluía a violência física dos capatazes.

·         O fantasma do desemprego estava sempre presente, obrigando o trabalhador a suportar esse regime disciplinar.

 

3.      Ludistas e cartistas: início do movimento operário (p.187-p.191)

1°) Ludistas:

·         A ordem social baseada nos ofícios, nos costumes tradicionais e na vida comunitária perdia lugar para a fábrica e suas tecnologias.

·         Essa situação incentivou a formação de movimentos contra o uso das máquinas. Entre 1811 e 1819, houve uma série de ataques às fábricas: homens armados com martelos, machados e pistolas, com rostos pintados de preto, invadiam as instalações para quebrar as máquinas, vistas como as grandes vilãs, responsáveis por roubar o emprego dos trabalhadores – em particular dos tecelões.

·         Este movimento foi chamado de ludista, por causa do suposto general Nelson Ludd que assinava as cartas enviadas aos donos das fábricas antes de ataca-las.

·         A reação do governo foi violenta, com enforcamentos, prisões e deportações.

·         O governo chegou a infiltrar pessoas para fomentar desordens e, dessa forma, poder estimular medidas ainda mais severas. A repressão inibiu a atuação dos ludistas a partir de 1819.

2°) Cartistas:

·         No final da década de 1830 surgiu o movimento cartista, mais organizado e centralizado em reivindicações políticias. A iniciativa partiu da Associação dos Trabalhadores  de Londres, com a divulgação da Carta do Povo (origem do nome cartismo)

·         Seus lideres foram presos, mas posteriormente libertados o movimento ganhou novo fôlego – em especial com a formação da Associação Cartista Nacional, origem do primeiro partido popular da época contemporânea.

3°) A classe operária:

·         Desde fins do século XVIII, os trabalhadores ingleses vivenciavam uma série de conflitos com dirigentes políticos e empregadores. Esses embates permitiram que identificassem seus interesses, em contraposição aos interesses das elites políticas e patronais. Percebiam-se, assim, como classe, em oposição aos burgueses.

 

4.      Projetos de socialismo (p.191-p.193)

O socialismo utópico:

·         Ao longo do século XIX, surgiram várias doutrinas socialistas, a maioria herdeira do pensamento jacobino que marcou a fase radical da Revolução Francesa. Essas doutrinas ganharam corpo e se difundiram em meio à expansão das sociedades industriais.

·         Para os primeiros socialistas, a desigualdades provocadas pela intensa concentração de riquezas no mundo industrial eram inaceitáveis. Para solucionar esse problema, formularam projetos revolucionários ou reformistas.

·         O termo socialismo tornou-se conhecido a partir das doutrinas  do britânico Robert Owen, empresário que propunha um sistema econômico baseado na formação de cooperativas de trabalho, que incluíam escolas e moradias para os trabalhadores.

·         Robert Owen pretendia “humanizar o capitalismo” sem destruí-lo.

·         Nesta mesma época, existiram ainda projetos socialistas que pregavam a revolução social, como o formulado por August Blanqui na França. O chamado blanquismo baseava-se na fase mais radical da Revolução Francesa. Recorria a métodos conspiratórios, com uma organização secreta liderando a revolução social. Assim desprezavam os métodos institucionais e era contrário à participação política dos trabalhadores por meio das eleições.

O socialismo científico:

·         Dentre as propostas formuladas no século XIX, aquela que obteve maior repercussão foi a de Karl Marx, e Friedrich Engels, autores do projeto socialista que mais inspirou revoluções sociais ao longo do século XX.

·         Segundo eles, os projetos anteriores acenavam com melhorias nas condições de vida dos trabalhadores, sem apresentar alternativas revolucionárias capazes de destruir a sociedade burguesa. Por isso, enquadraram tais projetos na categoria de socialismo utópico, romântico ou reformista, qualificando o seu projeto como socialismo utópico científico e revolucionário.

·         O projeto marxista se baseava na concepção de que a história da humanidade era determinada pela base econômica de cada sociedade historicamente considerada (modo de produção) e pela dinâmica das relações de classes correspondentes a essa base econômica.

·         O capitalismo foi por eles considerado como a forma mais desenvolvida da sociedade de classes, na medida em que o trabalhador, despossuído dos meios de produção, era levado a vender sua força de trabalho aos empresários.

·         A exploração do trabalho passou do uso da força, para a própria economia, isto é, na diferença entre o preço de determinada mercadoria e o valor monetário recebido pelo operário para produzi-la: a mais-valia. No raciocínio de Marx, se determinada mercadoria custasse 10 reais e, para produzi-la, o trabalhador recebesse 2 reais de salário, a mais-valia seria de 8 reais, base do lucro burguês na produção daquela mercadoria.

 

5.      Anarquistas em cena (p.194)

·         O termo anarquismo vem do grego anarkhía e significa “ausência de poder”.

·         O movimento anarquista ganhou força a partir da industrialização e da organização dos operários no século XIX.

·         Os anarquistas repudiavam uma revolução que levasse à formação de qualquer organismo com poder coercitivo sobre os indivíduos. Nisso se distanciavam das propostas de Marx e Engels, que defendiam a formação de um Estado controlado pelo proletariado – a ditadura do proletariado – antes de se atingir o comunismo.

·         Os principais expoentes do pensamento anarquista foram o francês Pierre-Joseph Proudhon, e o russo Mikhael Bakunin.

·         Proudhon foi autor da célebre frase: “A propriedade é um roubo”, base de seu projeto revolucionário em prol de uma sociedade igualitária de pequenos produtores associados, no campo e na cidade.

 

6.      Os trabalhadores e a Primeira Internacional (p.194-.195)

·         No inicio dos anos de 1860, em vários países, os trabalhadores estavam organizados em sindicatos e associações para lutar por seus direitos.

·         Em 1824, em Londres, realizou-se a primeira reunião da Associação Internacional dos Trabalhadores (AIT). Conhecida como a Primeira Internacional.

·         A Primeira Internacional dos Trabalhadores teve vida curta. As divergências colocaram marxistas e anarquistas em lados opostos.

·         Mesmo assim, a Primeira Internacional foi um marco na história dos movimentos sociais, ao atribuir à classe operária uma missão revolucionária: derrubar o capitalismo no mundo e impor, pela primeira vez na história, uma sociedade igualitária e livre de qualquer forma de exploração.

 

7.      A Comuna de Paris: a classe operária no poder (p.196)

·         A guerra franco-prussiana foi desastrosa para a França, com derrotas, invasão e ocupação do país pelos inimigos. Diante da fragilidade do governo de Napoleão III, a Assembleia Nacional proclamou a Terceira República.

·         Neste contexto ocorreu um movimento revolucionário, conhecido como Comuna de Paris. Com duração de 72 dias, é considerada por muitos historiadores como a primeira experiência de um governo operário. Teve inicio em 18 de março de 1871, quando a Guarda Nacional se recusou a reprimir os revoltosos.

·         O governo de operários determinou a ocupação das fábricas abandonadas e proibiu o trabalho feminino e infantil. No campo político, a principal vitória da Comuna foi a adoção do sufrágio universal para preencher, por via eleitoral, todos os cargos administrativos, judiciais e educacionais da República.

·         A Comuna, entretanto, ficou restrita a Paris. Foram derrotados, com repressão violenta resultando em milhares de mortos. A repercussão dos acontecimentos estimulou os governos a reprimir com truculência os movimentos operários e as ações de partidos ou movimentos operários inspirados nas ideias de revolução social.

 

7.1 A social-democracia e a Segunda Internacional (p.197)

·         Inspirados nas ideias marxistas, sindicalistas e intelectuais fundaram partidos social-democratas em vários países. Originalmente, o projeto de tais partidos era lutar por uma “revolução socialista”, sob a inspiração das ideias de Marx. Porém, enquanto essa revolução não estivesse madura, cabia defender a classe operária, no campo institucional, contra as injustiças do capitalismo. Isso equivalia a participar, ao menos temporariamente, do jogo político-eleitoral da chamada democracia burguesa.

·         A social-democracia abandona o projeto revolucionário

·         A experiência social-democrata éde destacada importância peal criação de uma cultura socialista de caráter internacional. Ao mobilizar os trabalhadores a participar das eleições, os sociais-democratas mantiveram acessa a esperança de alcançar o socialismo.

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